PS Central não tem medicamentos e manda ir para casa, denunciam pacientes

Especial para o VERBO ONLINE

PS Central de Embu, alvo de denúncia de falta de medicamentos; paciente relata - "dizem que não tem a medicação e te mandam embora para casa | Reprodução

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Em novo episódio classificado pelos moradores como descaso na saúde de Embu das Artes, pacientes denunciaram nesta semana a falta de medicamentos básicos no Pronto-Socorro Central. Faltam soro, remédios contra dores abdominais (“Buscopan”) e vômitos (“Plasil”) e até palito para examinar garganta, segundo munícipes. Pelos relatos nas redes sociais, que acusam ainda falta de médicos, a saúde é crítica no governo Ney Santos (Republicanos).

Por meio de um áudio, divulgado pelo site “Embu News”, uma paciente (de nome e sobrenome não revelados) denunciou a falta de medicamentos e o atendimento precário na unidade. “Então, mais uma vez estou aqui no PS [Central] com muita dor, não sei ainda qual é a causa, e o que acontece é que não tem medicação. O médico me passou um remédio para tomar em casa porque simplesmente não tem soro, não tem ‘Buscopan’”, disse a moradora.

“Tem uma lista de remédios que não tem para medicação da população. Isso é um absurdo, eu precisei ser mais enfática para conseguir, mas [funcionários do PS] dizem que não tem a medicação e te mandam embora para casa”, completou a paciente. Segundo o “Embu News”, um contrato com Zurich Medical no valor de R$ 1.325.152,54 garantiria a entrega dos medicamentos, mas a empresa não estaria entregando por falta de pagamento devido.

Uma profissional da saúde municipal atestou o problema crônico de falta de medicamentos mais essenciais no PS, segundo o “Embu News”. “Realmente, há um problema com a entrega dos soros. Recebemos soro de 250 ml, e às vezes a prescrição é de 100 ml, então não temos como administrar. E o ‘Buscopan’ composto está em falta, não foi entregue, só há o ‘Buscopan’ simples. Precisamos mudar a maneira de fazer, administrando com ‘Dipirona'”, relatou.

A profissional confidenciou ainda que, “quando um paciente reclama, ele vira ‘VIP'”, tem prioridade de atendimento por mera motivação política, e não relacionada à necessidade da pessoa que procura o PS, para evitar que desgaste o governo por má gestão no área. “Alguns funcionários, sabendo que há escassez de medicamentos, tentam priorizar os pacientes que reclamam, para não postarem nada nas redes sociais, falando mal do Ney Santos”, revelou.

O atraso do pagamento à fornecedora de medicamentos tem gerado prejuízo a pacientes. “Sempre há atrasos, e quando a situação fica ruim, arranjam dinheiro, pagam e a empresa entrega”, disse a profissional. Segundo o “Embu News”, a secretária-adjunta de Saúde, Maria Serrano, postou em um grupo no WhatsApp um vídeo que mostra “Buscopan” no PS, mas, conforme a funcionária, faltam a posologia de 100 ml e também o “Buscopan” composto.

A vereadora Rosângela Santos (PT) publicou um vídeo após visitar o PS Central na terça-feira (14) e disse que Ney está mais preocupado em fazer campanha antecipada do que atender a população, sobre as caminhadas do prefeito nos bairros. “Ele [médico] passa a medicação e quando a pessoa vai tomar, não tem. Não tem soro, não tem ‘Buscopan’, não tem ‘Plasil’, eles simplesmente estão mandando voltar [para casa] porque não tem medicamento”, disse.

“Enquanto o prefeito está fazendo campanha eleitoral nos bairros, dizendo que está tudo ‘às mil maravilhas’, o PS Central não tem medicamento nenhum e a população vem sofrendo, e muito, gritando de dor. Vou protocolar um documento, solicitando que seja colocada a medicação correta aqui”, afirmou Rosângela. “Aquele que disser que é mentira, vem ver. Vai verificar que não tem, não tem soro, não tem nem palito para verificar a garganta da pessoa.”

No PS também falta médico no plantão noturno. “Pronto-socorro 24 horas e não tem médico”, reclamou uma paciente. O sufoco, porém, vai além, se estende às UBSs. “Aqui no posto Santo Eduardo não tem médico. Marquei já quatro vezes e as quatro o médico faltou. Falei com o rapaz que gerencia o posto que precisava passar com outro médico, ele falou que eu tenho que remarcar e esperar. Falta de respeito com o povo”, disse Sheila Oliveira.

OUTRO LADO
Contatado pelo VERBO na quarta (15), o secretário de Saúde de Embu ignorou a reclamação de pacientes e procurou dar conotação política ao mirar só a fala da vereadora. “No momento em que foi divulgado o vídeo [de Rosângela] checamos pessoalmente o PS e na farmácia estavam os medicamentos divulgados e similares. Infelizmente, esse tipo de conduta é recorrente em ano de eleição”, disse Raul Bueno, que tem participado das caminhadas de Ney.

comentários

  • Ano de eleição ou o povo acorda para a realidade ou vamos viver eternamente no caos..

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