ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Imagens da queda de elevador do Hospital Geral Pirajussara, em Taboão da Serra, no dia de Finados (2), obtidas pelo VERBO, mostram pacientes e visitantes sendo retirados, assustados, e pelo menos cinco pessoas feridas, mulheres – uma posta em maca, duas, em cadeira de rodas, uma anda amparada, e uma ainda deitada dentro do equipamento. O homem autor do vídeo diz que estava no elevador e que as vítimas só foram socorridas 1h45 minutos após o acidente.
Com o elevador aberto por técnico da empresa fabricante, profissionais do HGP retiraram os últimos ocupantes sob olhar de pânico dos primeiros que conseguiram sair. Carregada, a mulher colocada na maca se contorcia de dor e em choro. O homem que grava com um celular o socorro ouviu que não podia filmar. Ele disse: “Não posso? Eu estava lá dentro”. Um dos seguranças o abordou: “Isso aconteceu, [mas] não pode [filmar]. Ele reafirmou: “Eu estava lá dentro”.
Como o homem não se acuou, o segurança insistiu, mas contido: “Não pode filmar, meu querido”. Ele tentou persuadir ao sugerir culpa dos ocupantes: “Tinha 15 pessoas lá, excesso [de peso] no levador. Não pode”. Um jovem interferiu e apontou que um funcionário os conduziu a entrar no equipamento, o que excedeu a capacidade: “Cinco pessoas iam [aguardavam para] entrar no outro elevador. Abriu [este]. O rapaz que estava lá mandou a gente entrar aqui”.
Os visitantes indicaram o funcionário. “O segurança colocou todo mundo aqui, ninguém entrou porque quis. Eles colocaram a gente aqui”, retrucou o jovem, para eximir as vítimas de culpa. O segurança que abordou o autor do vídeo se conformou, mas ainda tentou evitar a filmagem do resgate tenso: “Certo. Mas não pode filmar, meu querido”. O homem falou do sufoco que passou: “Eu posso, eu estava lá dentro. Uma hora e 45 minutos dentro do elevador”.
“Mas a gente está tentando tirar”, disse o segurança enquanto funcionários do hospital prestavam socorro. O homem da filmagem falou: “Não ‘tava’, não ‘tava'”. O segurança sugeriu que a equipe do HGP não podia abrir o elevador. O visitante reforçou: “Não ‘tava'”. Ele, que chegou a mostrar o relógio para indicar o tempo de demora do socorro, continuou a filmar, se aproximou do elevador e mostrou de perto a mulher ainda deitada no interior do elevador.
Na segunda-feira, A SPDM, organização privada que gerencia o HGP, informou que os elevadores do hospital “passam por manutenção preventiva regularmente, sendo que a última ocorreu no mês de outubro” e que apenas o que teve o acidente “encontra-se em manutenção”, os “outros três elevadores da unidade permanecem em funcionamento”. O HGP disse que levou os feridos ao pronto-atendimento para avaliação, mas “ninguém precisou ser internado”.
“Foi aberta uma sindicância interna para apurar o caso”, afirmou o hospital, que adiantou, porém, que dispõe de equipe de brigadistas, mas que por segurança não pode fazer a abertura do elevador, e que a empresa chegou ao local em cerca de 30 minutos. O HGP, que é referência para Taboão e Embu das Artes, mas faz atendimento clínico e cirúrgico para outras 15 cidades, no total de 2,7 milhões de pessoas, é de responsabilidade da Secretaria Estadual da Saúde.
> VEJA VÍDEO DO SOCORRO A VÍTIMAS DA QUEDA DE ELEVADOR DO HOSPITAL GERAL PIRAJUSSARA
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