Região adia 3ª dose até dia 15 para seguir ministério; Taboão já cogita Coronavac

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Idosos aguardam vacinação em UBS de Taboão; prefeituras da região suspenderam 3ª dose por impasse entre o ministério e SP sobre qual vacina aplicar | Verbo

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra

Os oito municípios da região anunciaram nesta quarta-feira (8), em conjunto, a suspensão da aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19. O colegiado das cidades (Conisud) alegou seguir a orientação do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Pela manhã, a prefeitura de Itapecerica da Serra tinha tomado a decisão. Na noite de terça-feira (7), a prefeitura de Taboão da Serra também já havia adiado a aplicação.

As cidades definiram que a vacina adicional “ficará suspensa até o dia 15 de setembro, data em que está prevista a entrega de mais doses do imunizante da Pfizer por parte do Ministério da Saúde”. A prefeitura de Taboão disse que “a decisão de não realizar neste momento a aplicação da terceira dose ou dose de reforço foi tomada após impasse entre o Ministério da Saúde e o Governo do Estado de São Paulo sobre qual imunizante pode ser utilizado”.

Antes da decisão conjunta das cidades, a prefeitura de Itapecerica afirmou que “a suspensão se deve à falta de definições claras sobre quais vacinas devem ser ministradas nesta terceira dose”. Na terça-feira, o governo de Taboão anunciou o adiamento, mas não explicou o motivo, o que gerou dúvida. Como o VERBO informou nesta quarta, o Conasems, em seu site, não divulgou a alegada orientação de suspender a aplicação da dose adicional.

O impasse surgiu após o ministério definir a vacina da Pfizer para aplicação da terceira dose e preterir a Coronavac. Já o governo de São Paulo não estipulou o fabricante a ser utilizado no reforço e decidiu que o imunizante a ser ministrado deve ser o “que tiver disponível no posto de saúde no momento”. Em outra divergência, o ministério recomendou a dose adicional para pessoas de 70 anos ou mais, enquanto a gestão paulista, a partir de 60 anos.

O ministério corroborou posição de uma parcela de cientistas de que a dose de reforço da Pfizer garante maior proteção em idosos e que a Coronavac, embora apresente bons resultados para evitar a forma grave da doença, não deveria ser a primeira opção. Em reação, o governo João Doria (PSDB) criticou nota técnica do ministério e afirmou que a decisão do governo federal de não considerar a Coronavac para dose adicional foi política.

“Todos os imunizantes disponíveis poderão ser usados na aplicação de terceira dose no Estado”, disse a gestão paulista. A Secretaria de Saúde de Taboão disse que, caso as doses da Pfizer não sejam entregues até dia 15, “seguirá a orientação do governo estadual e fará a aplicação das doses de reforço com o imunizante Coronavac”. Questionado pela reportagem sobre a “orientação” de suspensão da terceira dose, o Conasems não respondeu.

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