Pais, alunos e professores da Iria Kunz protestam contra ‘péssima’ gestão do diretor

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Pais de alunos, estudantes e professores da Escola Estadual Irmã Iria Kunz, no Jardim Presidente Kennedy, em Embu das Artes, protestam contra a “péssima” gestão do diretor André Luiz dos Santos pelo descaso com a organização e disciplina dentro do colégio, a falta de manutenção e conservação do prédio e até por “deixar” alunos fumarem e usarem drogas em sala de aula, entre outras acusações. A manifestação começou ontem e segue nesta terça-feira (19).

Pais, alunos e professores protestam
Pais, alunos e professores protestam na escola estadual Ir. Iria Kunz, em Embu, contra o diretor André Santos
Parte dos problemas por falta de manutenção
Parte dos problemas de manutenção da Iria Kunz, no Jd. Pres. Kennedy, por descaso do diretor, afirmam pais

Dezenas de pessoas foram para a porta da Iria Kunz nesta segunda-feira (18) para reivindicar mudança radical na rotina da escola em manifestação que começou às 7h e só parou no meio da noite, por volta de 20h30. Pais e até professores, indignados, procuraram o VERBO para relatar a situação de negligência e abandono do colégio – que tem cerca de 1.300 alunos e oferece ensino fundamental (dois ciclos) e ensino médio, segundo dados do Ministério da Educação.

De acordo com o pai de uma aluna no 8º ano, em gestões anteriores à do atual diretor, os estudantes iam para a Iria Kunz de calça jeans e camiseta branca com o nome do colégio, em identificação dos que realmente estudam na unidade e para ajudar a evitar o ingresso de estranhos. “Ele abriu mão disso, hoje o aluno pode ir de qualquer jeito, de shortinho, sainha, blusinha, e entra na escola quem quer, quem não é aluno entra, ele deixa o portão aberto”, disse.

A escola antes zelava pela identificação estudantil do aluno e controle da frequência em classe, de acordo com o pai. “A carteirinha escolar antigamente era com foto, bem feita. Não existe mais. Hoje é uma cartolina escrita à mão, não tem a foto do aluno. Os próprios alunos falam que entram quando querem. Eles falam que quando querem ir embora pegam a carteirinha e vão para casa. Se quiserem voltar para o restante das aulas, eles voltam para a escola”, relatou.

Sob a gestão de Santos, as classes teriam passado a abrigar outros hábitos. “Alunos estão usando droga, fumando maconha dentro da escola. Ele fala que não pode fazer nada, que os alunos podem fazer o que quiser. Ele não fez sala [fumódromo] para narguilé, ele deixa os alunos fumarem na sala de aula, usarem drogas e não faz nada. Temos prova, vou lhe mandar uma foto de um aluno fumando sentado na carteira”, disse. O pai enviou a imagem à reportagem.

Se não bastasse, a escola não está em estado que convida a estudar, com telhado caindo e com buracos, forro prestes a despencar, paredes com extensas rachaduras, sujas e pichadas, janela e vidros vandalizados, ventilador danificado, sacos de lixo nos cantos, lousas com suporte de apagador arrebentado, carteiras e bancos quebrados, entre outros problemas. “Ele perdeu a verba do começo do ano para fazer a manutenção, porque não está nem aí com a escola.”

A comunidade já teria tentado dialogar, em vão. “A escola aqui era uma das melhores de Embu das Artes. Hoje está esse lixo por causa do diretor. Estamos lutando contra ele, desde o ano passado a gente vem conversando com ele e não tem jeito”, desabafou o pai. “Queremos mais segurança para os alunos e melhoria para a escola. Ela está uma bagunça, os próprios alunos e professores estão a favor dos pais. Ele está sendo um péssimo diretor”, acrescentou.

Um professor da escola também vê “péssima gestão do diretor”. “Assumiu há um ano e tem deixado a escola destruída, tanto quanto ao prédio, quanto à organização e ambiente, alunos entram e saem com a permissão dele, transitam pela escola, atrapalhando as aulas. Deixa alunos de outras escolas entrarem. Perde prazos de uso de verbas. Criou um clima insustentável com os professores, alunos, pais e funcionários. Grita com eles, prática de assédio moral”, disse.

Segundo o educador, Santos causou “a transferência de diversos alunos e o afastamento de professores”. Após muita discussão, as partes marcaram uma reunião para discutir a gestão na escola nesta quarta-feira (20), às 17h. Porém, pais, alunos e professores resolveram ficar em “estado de protesto” e programaram manifestações ao longo desta terça-feira. “Vamos nos reunir às 18h30 hoje”, informou o pai. O VERBO ligou para a escola, mas ninguém atendeu.

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comentários

  • Isso e uma barbarida na nossa esola sou aluno do 7° ano c e concordo com o pai do 2° paragrafo!

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