Em visita à Delegacia de Embu há 1 ano, autor do ataque a Binho dizia prezar a lei

Especial para o VERBO ONLINE

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Autor do atentado contra o jornalista e chargista Gabriel Binho, do VERBO, no fim do ano passado, o ex-subsecretário de Comunicação do prefeito Ney Santos (PRB) Renato Oliveira dizia há um ano prezar pelo respeito à lei, ao contrário do ato que praticou contra o profissional de imprensa. Renato – demitido do cargo na segunda-feira (19), segundo o governo municipal – e o segurança pessoal, o agente penitenciário Lenon Roque, foram indiciados pelo ataque.

Renato Oliveira em visita à Delegacia Central de Embu
Renato Oliveira visita a Delegacia Central de Embu em 2017 quando disse: ‘A lei é sempre o melhor caminho’

No dia 20 de fevereiro de 2017, o então subsecretário fez postagem no Facebook que abriu com a seguinte frase: “A lei é sempre o melhor caminho”. Renato e o comparsa foram indiciados por lesão corporal grave pelo atentado contra Binho. Na madrugada de 28 de dezembro, o profissional foi derrubado na rodovia Régis Bittencourt por um Hyundai i30, dirigido por Renato, teve um tornozelo fraturado e foi alvo de três tiros, que teriam sido disparados por Lenon.

Renato admite que foi atrás de Binho desde a praça central de Embu, mas diz que o procurou para resolver assunto pessoal, motivado por questão familiar. Ele alega que no dia 13 de dezembro estava no Embu Summer Fest com uma mulher e que Binho teria visto e contado para a esposa do então subsecretário. Renato diz que no dia 28 acontecia uma manifestação contra o IPTU, com militantes inclusive do PSOL, e que não quis abordar Binho naquele momento.

Renato conta ter preferido esperar acabar a manifestação e que resolveu seguir Binho quando deixou a praça central de Embu. Alega que na rodovia pediu para Binho parar para conversar, quando se desequilibrou e caiu. Ele retornou por via lateral à estrada, mas nega que do interior do i30 partiram os tiros contra Binho. Admite ainda que não prestou socorro a Binho, diz que já o viu de pé e resolveu ir embora. Mas Binho fraturou o tornozelo e não pôde levantar.

Apesar do que alega, Renato, após ficar à espreita por duas horas, deu a volta na praça e parou próximo a Binho quando deixava o local. Apenas algumas pessoas estavam perto, como mostram imagens de câmeras. Renato não saiu do carro para conversar. Quando Binho partiu, ele arrancou atrás. Apesar de dizer que não atacou Binho na rodovia e tiros não foram disparados, Renato só agora resolveu falar do “acidente”, quase dois meses depois e após indiciado.

Binho diz que nunca teve contato com Renato, não conhece a mulher dele “nem a suposta amante”, e que a versão é fantasiosa. “Não há nada de verdade nisso. Eu não fui a esse evento [Embu Fest]. A manifestação contra a taxa de lixo – nem foi contra o IPTU – ocorreu às 13h do dia 27. Eu conversava com o pessoal do Desbundas Artes [bloco de Carnaval da cidade], não tinha ninguém do PSOL, não era um protesto. E isso era às duas horas da madrugada”, afirma Binho.

Horas após ser derrubado na rodovia com a abordagem de Renato, e enquanto estava hospitalizado com o tornozelo esfacelado, Binho recebeu no Facebook a ameaça de que “os próximos tiros seriam no meio da cara para aprender a parar de ser falador”, em evidência de tentativa de homicídio. Conforme apurou o VERBO, a Delegacia de Embu não investigou, porém, a origem da mensagem e concluiu pelo indiciamento de Renato e Lenon por lesão corporal grave.

Renato dizia há um ano ter apreço pela lei em ocasião “privilegiada”, uma visita à Delegacia de Embu, abraçado ao responsável pela unidade policial. “Tive o prazer de conhecer hoje o chefe dos investigadores da DEINTER 7 Isaías José Alves, e o novo Delegado titular da Delegacia Central de Embu das Artes Doutor Alexandre Miguel Palermo com meu amigo Aldo Do Ciretran. Os parabenizo pelo excelente trabalho que tem desenvolvido em prol da população”, diz.

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