Jesus está nas crianças com ‘infância roubada’ e de pais desempregados, diz papa

Especial para o VERBO ONLINE

ALCEU LIMA
Da Redação do VERBO ONLINE

Ao manter no dia de celebração do nascimento de Cristo a tradição no Vaticano, o papa Francisco apresentou da sacada central da Basílica de São Pedro na manhã desta segunda-feira (25) a sua mensagem de Natal e concedeu a bênção “Urbi et Orbi” – à cidade e ao mundo. Em pronunciamento, o pontífice condenou “os ventos de guerra” e disse que o Natal nos convida a reconhecer o sinal do menino Jesus no “rosto das crianças”, principalmente as mais sofridas.

Após pronunciar mensagem de Natal, o papa Francisco concede bênção
Após mensagem de Natal à multidão na pça. São Pedro, papa Francisco concede bênção ‘à cidade e ao mundo’

“Hoje, enquanto sopram no mundo ventos de guerra e um modelo de progresso já ultrapassado continua a produzir degradação humana, social e ambiental, o Natal lembra-nos o sinal do Menino, convidando-nos a reconhecê-lo no rosto das crianças, especialmente daquelas para as quais, como aconteceu a Jesus, ‘não há lugar na hospedaria’”, disse o papa, em menção ao evangelho, ao falar à multidão que desde as primeiras horas da manhã tomou a praça São Pedro.

Na quinta mensagem de Natal como papa, desde que eleito em 2013, Francisco listou uma série de situações da atualidade em que podemos identificar Jesus. “Vemos Jesus nas crianças do Oriente Médio, que continuam a sofrer pelo agravamento das tensões entre israelenses e palestinos”, disse o papa, ao pedir orações pelo diálogo que conduza à coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras sob acordo mútuo e internacionalmente reconhecidas.

“Vemos Jesus no rosto das crianças sírias, ainda feridas pela guerra que ensanguentou o país nestes anos; nas crianças do Iraque, ainda contuso e dividido pelas hostilidades que o afetaram nos últimos quinze anos; e nas crianças do Iêmen, onde perdura um conflito em grande parte esquecido, mas com profundas implicações humanitárias sobre a população que padece a fome e a propagação de doenças”, disse o papa, muito amoroso e preocupado com a infância.

“Vemos Jesus nas crianças da África, sobretudo nas que sofrem no Sudão do Sul, na Somália, no Burundi, na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana e na Nigéria. Vemos Jesus nas crianças de todo o mundo, onde a paz e a segurança se encontram ameaçadas pelo perigo de tensões e novos conflitos”, falou Francisco. O pontífice argentino também lembrou as situações conflituosas na península da Coreia e na Venezuela, e as violências na Ucrânia.

Francisco não deixou também de colocar o pensamento nas crianças vítimas de realidades sociais difíceis. “Vemos Jesus nas crianças cujos pais não têm emprego e naquelas cuja infância foi roubada, obrigadas a trabalhar desde tenra idade ou alistadas como soldados por mercenários sem escrúpulos. Vemos Jesus nas inúmeras crianças forçadas a deixar o seu país, viajando sozinhas em condições desumanas, presa fácil dos traficantes de seres humanos”, discursou.

Ele chamou ainda a atenção para o drama dos migrantes que se veem forçados a enfrentar viagens extenuantes que chegam a resultar em tragédia, e recordou viagem recente a Mianmar e Bangladesh. “Que a comunidade internacional não cesse de trabalhar para que seja adequadamente tutelada a dignidade das minorias presentes na região. Jesus conhece bem a tribulação de não ser acolhido e a dificuldade de não ter um lugar onde poder reclinar a cabeça”, disse.

Antes da bênção, fez um pedido final. “Como a Virgem Maria e São José, e os pastores de Belém, acolhamos no Menino Jesus o amor de Deus feito homem por nós e comprometamo-nos, com sua graça, a tornar nosso mundo mais humano e mais digno das crianças de hoje e de amanhã. […] Que o nascimento de Cristo salvador renove os corações, suscite o desejo de construir um futuro mais fraterno e solidário, conceda alegria e esperança a todos. Feliz Natal”, finalizou.

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