Itapecerica se vacina contra febre amarela; campanha continua neste domingo (17)

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra

Moradores de Itapecerica da Serra correram neste sábado (16) para as unidades básicas de saúde para se vacinar contra a febre amarela, diante do alerta de que o vírus da doença circula no município. A Autarquia de Saúde informou que os mosquitos transmissores são presentes em copa de árvores e que não há razão para pânico, mas diante do número de macacos mortos está vacinando toda a população “para prevenção da proliferação” no meio urbano.

Moradores de Itapecerica da Serra fazem fila na UBS Salvador de Leone (centro)
Moradores de Itapecerica fazem fila na Salvador Leone para vacina contra febre amarela; mulher recebe dose
Diretora
Diretora Isabel mostra doses de vacina já aplicadas; Roselaine e filho Lucas mostram braço onde imunizados

A UBS Salvador de Leone (centro) registrou grande movimento desde a abertura, às 9h, inclusive com filas do lado de fora. Às 14h, durante a presença do VERBO, o posto estava lotado de moradores em busca da vacina contra a febre amarela, inclusive crianças, apesar de muitos profissionais no atendimento. Até esse horário, a unidade já tinha vacinado mais de 2.000 pessoas, mas estava preparada para demanda ainda maior – recebera 5 mil doses da vacina.

Moradora do centro, Roselaine do Nascimento não hesitou em procurar o serviço de saúde para se vacinar contra a febre amarela. “Todos nós devemos nos prevenir, melhor do que ter a doença. Itapecerica tem bastante macaquinho, atrás da minha casa mesmo tem uma mata, a gente sempre vê na árvore os bichinhos”, disse Roselaine, 41. “Agora, você está protegido”, disse a mãe, ao falar com o filho Lucas, de 10 anos, após ambos receberem a dose da vacina.

Mas nem todos puderam se vacinar. Também moradora do centro, Jaqueline da Silva disse ser importante se imunizar “para prevenir essa doença”, mas voltou para casa sem receber a dose da vacina. “Não tomei, estou amamentando. Aí falaram que não pode”, contou Jaqueline, 25. Ela disse não ter recebido nenhuma orientação de prevenção ao não poder se vacinar. “Não falaram nada, só que não podia tomar. E a criança, só depois de nove meses”, contou.

Eudes Vitória viu a espera na UBS centro e passou direto. “Devia ter mais gente para vacinar. Lá embaixo, no posto da [avenida] Argentina [UBS Parque Paraíso], passei lá faz tempo, a fila estava dando voltas. Agora vim aqui e está essa fila enorme”, disse, com o neto de 3 anos. “Nas campanhas, lá no centro [São Paulo] é mais rápido, mas infelizmente aqui não é assim. Vou deixar para amanhã, vou levantar cedo para ver se não pego essa fila enorme”, disse Eudes, 65.

A diretora da UBS Salvador de Leone, Isabel Cristina dos Santos, disse que reuniu uma equipe grande para trabalhar – 40 funcionários -, está fazendo triagem para atender primeiro os pacientes mais debilitados e que as pessoas “não têm ficado nem meia hora” na fila. Disse que as mulheres que estão amamentando (“nutrizes”) não devem se vacinar, para não passar a vacina para o leite, e devem evitar os locais de risco, Potuverá, Mombaça e áreas de matas mais fechadas.

Isabel disse que idosos, a partir de 60 anos, não estão sendo vacinados, que só podem tomar a dose se passarem em consulta e o médico liberar. “A vacina é excelente, só que muito forte. Se o paciente já tem uma imunodepressão [baixa resistência], algum problema, ele pode passar mal. Não queremos correr esse risco”, disse, ao observar que não se tem nenhum caso de transmissão de paciente para paciente, só do mosquito – após picar um macaco (tipo silvestre).

“Aqui o movimento foi intenso o dia inteiro, acabamos de contabilizar 2.300 vacinas até agora, a equipe trabalhando o tempo inteiro, tem os profissionais da unidade, mais uma equipe bem grande de fora”, disse Isabel, sobre balanço da campanha até 14h30. Ela tinha a expectativa de que, pelo menos, mais 2.000 pessoas seriam vacinadas até o fim da tarde deste sábado. “Mas a campanha continua amanhã [neste domingo, das 9h às 17h]”, lembra a diretora da unidade.

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