Após veto, Daniboy ‘relança’ Disque 180, e projeto é chamado de ‘porcaria’ e ‘imoral’

Especial para o VERBO ONLINE

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Após assumir – a mando do governo Ney Santos (PRB) – o papel de atacar o projeto de lei do colega Edvânio Mendes (PT) sobre avisos do telefone 180 em comércios em Embu das Artes e votar a favor do veto do prefeito à proposição, o vereador Danilo Daniboy (DEM) disse ter protocolado nova proposta de Disque-Denúncia de violência contra a mulher e atraiu críticas de ser oportunista, na sessão na quarta-feira (13). Ele teve o projeto chamado de “porcaria” e “imoral”.

Edvânio discursa contra 'novo' projeto do Disque 180 de Daniboy, que observa colega
Indignado, Edvânio (PT) discursa contra ‘novo’ projeto do Disque 180 de Daniboy (DEM), que observa colega
Luiz do Depósito (de costas)
Luiz do Depósito (costas) discursa que Daniboy faz projeto ‘porcaria’ e ‘imoral’ ao reapresentar texto na Casa

Edvânio disse que as Câmaras de Taboão da Serra, Itapecerica da Serra, Cotia e São Paulo “apoiaram repúdio ao veto” e agradeceu aos órgãos de imprensa que expuseram o “retrocesso”, “Folha do Pirajuçara” e “VERBO ONLINE, na pessoa do Rômulo” (Ferreira, diretor). Em seguida, Daniboy disse, literalmente, que “em nenhum momento o prefeito foi contra a violência da mulher” e alegou que esperou desde a sessão do veto a reapresentação do projeto sem “irregularidades”.

“Com o veto, um projeto precisa ter unanimidade para voltar a ser discutido na Casa. Pensando nisso, eu apresentei um projeto autorizativo com aval dos 12 vereadores [base de Ney] que, de fato, é de Disque-Denúncia à mulher, vinculado à GCM. Está em tramitação, aberto para a oposição dar sugestão. Em vez de ter vício de iniciativa, cobrar um salário mínimo de quem não afixar o Disque 180, meu projeto prevê suspensão do alvará do comerciante”, anunciou Daniboy.

O vereador Luiz do Depósito (PMDB), que foi contra o veto de Ney, reprovou a iniciativa, ao lembrar ter sido ameaçado de cassação pelo colega. “Pode pedir [quebra de] decoro de novo, mas é uma vergonha! Danilo Alves, o sr. vota contra [Edvânio] e faz um projeto de autoria do seu vizinho [na mesa]. O sr. vai acabar fazendo mais uma porcaria, que é lutar contra as mulheres. O sr. deveria pedir para o vereador refazer o projeto e votar como diz que orienta fazer”, disparou.

Bobilel Castilho (PSC) saiu em defesa do colega governista e rebateu Luiz de Depósito, mas usou palavra não dita e apelou. “Um vereador falar que o projeto de outro é uma bosta é uma falta de respeito, até com o povo [na sessão]. É uma vergonha!”, disse. Daniboy pediu aparte e provocou. “Vamos discutir de forma sábia e tirar o projeto do papel. Aí quero ver o vereador votar contra quando o projeto for readequado”, disse, ao reafirmar pedir quebra de decoro.

Indignado, Edvânio foi à tribuna e citou que Daniboy disse que o projeto dele “era fraco”. “É um deboche. Ele falou que eu tinha que estudar um pouco mais para escrever o projeto. Seria machismo disfarçado de revanchismo partidário?”, disse. Ele leu projeto de Daniboy, com apenas dois artigos. “O sr. me respeitou na última sessão e faz um texto mínimo. Ele copiou uma partezinha do meu. É vergonhoso! Em respeito a mim e à sociedade, retire esse projeto”, pressionou.

Luiz do Depósito foi irônico contra Daniboy. “O nosso amigo aí está se destacando bastante. É frase dele: ‘Eu estou do lado do governo, a favor ou contra a população’. É um desastre um vereador falar isso. O sr. debateu que o projeto é irregular, mas está reapresentando. É imoral da sua parte, querendo denegrir imagem de vereador, da mesma forma que pede a minha cassação. Se isso chegar à Justiça, vai ser tão bizarro, que o sr. vai se rebaixar ainda mais”, disparou.

Daniboy reagiu à fala de Edvânio sobre ter copiado o projeto. “O vereador que copiou um projeto de uma vereadora de São Paulo, do PRB, quer falar de plágio?”, disse – como que instruído, ele fez a acusação, porém, só no terceiro discurso e depois de quase três horas de debates. Após a sessão, Edvânio falou ao VERBO e lamentou a postura do colega. “Ele falou que o meu projeto era simples e que eu tinha que ler um pouco mais para apresentar, e ele fez um simplista. E não tem sentido ele fazer um projeto que já era da minha autoria. Ele quis diminuir o vexame que passou”, declarou.

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