Operação prende ex-prefeito de Embu-Guaçu Walter do Posto e afasta 9 acusados

Especial para o VERBO ONLINE

ALCEU LIMA
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O ex-prefeito de Embu-Guaçu Walter Marques, o Walter do Posto (PTB), foi preso preventivamente nesta terça-feira (21), acusado de organização criminosa, usurpação de função pública, tráfico de influência e peculato. Policiais civis da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, que compreende a região sudoeste, coletaram documentos e computadores e buscaram materiais que comprovem fraudes em licitações públicas. Um dos desvios seria no transporte escolar.

Um dos carros da Polícia Civil em entrada da prefeitura de Embu-Guaçu, e ex-prefeito
Um dos carros da polícia fecha entrada da prefeitura de Embu-Guaçu; no detalhe, ex-prefeito Walter do Posto

Além da prisão de Walter do Posto – que governou Embu-Guaçu de 2001 a 2008 -, a Justiça determinou, a pedido do Ministério Público, o afastamento da função pública de Alvimar Moreira Nizara, Maurício Chaves Rezende, Ivanir Saito de Oliveira, Vicente de Paulo Parra, Valdenir de Andrade Santana – vereador -, Moacir Fernandes dos Campos, Maria Cristina Conselheiro Guimarães, além do ex-secretário Sérgio Andrade, exonerado da prefeitura desde setembro.

Diálogos gravados entre Walter do Posto e outros políticos de Embu-Guaçu e funcionários públicos indicam que o ex-prefeito seria o responsável por avalizar a contratação de monitores do transporte escolar da cidade. Ele também estaria negociando terrenos e eventuais compensações de débitos do município. Ainda teria nomeado um secretário para atender interesses de terceiros enquanto a prefeita Maria Lucia (PSB), sua mulher, estava em Brasília, em agosto.

De acordo com ordem da Justiça, Walter do Posto “apossou-se arbitrariamente e de forma ilegítima de funções e atribuições que não lhe competiam”. A decisão lembra que o ex-prefeito já era alvo de medidas cautelares decorrentes de processo anterior que o impediam de exercer função pública ou frequentar prédios da prefeitura. No entanto, as provas dos autos apontaram que Maria Lucia desconhecia ou não consentiu as condutas criminosas dos acusados.

Segundo o MP, nos áudios, Saito, assessora da prefeitura, diz que a prefeita “não é política” e sim “dona de casa”, e que para resolver qualquer problema “não adianta falar com ela, tem que falar com aquela pessoa lá”, em referência ao marido de Maria Lucia. Moradores ficaram surpresos quando mais de dez viaturas da polícia chegaram à prefeitura e funcionários foram impedidos de entrar para trabalhar. O VERBO não conseguiu contato com a defesa do ex-prefeito.

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