Líder de Ney pede aparte só para parar discussão sobre taxa, mas ‘truca’ oposição

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Em evidência de que a taxa de lixo criada por Ney Santos causa forte desconforto e desgaste no governo, o líder do prefeito na Câmara, Índio Silva (PRB), pediu na sessão na quarta-feira (23) um aparte durante discurso de Rosângela Santos (PT) só para interromper a vereadora de fazer questionamentos sobre o tributo, o que levou outros governistas a abrirem sorriso sarcástico com a “tática”. A cobrança da taxa foi suspensa dia 15 com liminar do Tribunal de Justiça.

Vereador Índio Silva (PRB), líder do prefeito Ney na Câmara, discursa na sessão em que apresentou áudio
Índio Silva (PRB), líder do prefeito Ney na Câmara, fala na sessão em que exibiu áudio desmentindo a oposição

“Esta semana a prefeitura entrou com recurso para derrubar a liminar, porém o que está valendo é a decisão que suspende a taxa. Mas o que está acontecendo é que a população está indo até a prefeitura perguntar aos funcionários, e a informação que está sendo passada para os munícipes é que eles têm que pagar. Peço que o governo respeite a população, a taxa já foi feita de forma abusiva, então que acate a liminar e dê a informação correta”, disse Rosângela.

De forma brusca, Índio pediu a palavra. Ele passou, porém, a tratar sobre outro assunto. “Gostaria de falar como está a tão sonhada usina de entulho, que vai beneficiar toda a população, vai gerar emprego e renda, e todo o material vai ser extraído e revertido para a prefeitura. É muito importante falar disso também, o terreno já está em andamento, a questão do maquinário também já está bastante avançada”, disse o “porta-voz” de Ney em aparte de um minuto.

Apenas nos dez segundos finais o vereador se “lembrou” da taxa de lixo. “É até importante a sra. estar falando isso para que a gente leve ao conhecimento desses funcionários que estão instruindo de maneira irregular os munícipes”, falou Índio. Rosângela aprovou o projeto da usina, mas voltou a rechaçar o tributo. “Temos que pensar em ações como essa para fazer a cidade crescer, para não fazer a população pagar a conta, não jogar taxa para ela pagar”, disparou.

Mais tarde, o vereador Bobilel Castilho (PSC) desafiou qualquer pessoa a ligar na prefeitura e perguntar se a orientação dada era para pagar a taxa de lixo. “Está na hora de a gente parar de fazer política em cima de tudo e falar a verdade para o povo. Se isso estivesse acontecendo, eu mesmo estaria denunciando. [O governo] Não está fazendo isso, já liguei e teve gente da oposição que ligou e recebeu a orientação de não pagar. Vamos falar o que é verdade”, discursou.

Após a “deixa” de Bobilel, Índio apresentou uma gravação para rebater a oposição, transmitida no próprio plenário e pelo serviço de som da Casa, autorizada prontamente pelo presidente Hugo Prado (PSB). “Contra fatos não há argumentos. Existe um áudio que está rolando no WhatsApp onde um munícipe, [na verdade] é morador de Taboão da Serra, mas que vem contribuindo para que a gente veja onde estão as irregularidades e tome as providências”, disse.

No vídeo da sessão, o áudio não é ouvido, mas o VERBO apurou que na gravação a pessoa liga para a prefeitura e recebe orientação para não pagar a taxa. “Taí a resposta ao que foi levantado, de que funcionários estão orientando os munícipes de forma irregular”, rebateu Índio. O autor do telefonema foi identificado como Celso Vasconcelos, que antes hostilizava e coagia adversários como “assessor informal” de Ney, mas virou opositor após ser preterido no governo.

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