Prefeito Ney está ‘destruindo’ Embu e me ameaça com declaração, afirma Geraldo

Especial para o VERBO ONLINE

Geraldo Cruz (PT) em entrevista em que disse que governo Ney Santos é um 'desastre'

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O deputado estadual e candidato derrotado nas eleições municipais Geraldo Cruz (PT) disse, em entrevista ao VERBO, que o governo do prefeito Ney Santos (PRB) é um “desastre” por “destruir” Embu das Artes e que Ney o ameaça ao declarar que vai “perder o rumo” se disputar novo mandato à Assembleia Legislativa. Geraldo disse que é “muito ruim” a cidade ter um governante que “anda se escondendo da polícia e da Justiça”, mas os eleitores conheciam o “perfil”.

Geraldo Cruz (PT) em entrevista em que disse que governo Ney é um 'desastre' e fará oposição 'intransigente'
Geraldo Cruz (PT) em entrevista em que disse que governo Ney é um ‘desastre’ e fará oposição ‘intransigente’

Geraldo fez avaliação negativa do governo Ney ao dizer que fará oposição firme. “Hoje, a gente anda na cidade, ela está cada vez mais esburacada, vai ao pronto-socorro e à UPA, os médicos estão em greve. Não sei o que este governo está fazendo, sei que está destruindo a nossa cidade. Isso me preocupa. Somos oposição intransigente, firme, o projeto dele foi vencedor, não o nosso, então quero que  implante o que prometeu para a população. Vamos cobrar”, afirmou.

Ele desqualificou a justificativa do governo de rombo na prefeitura para não “cuidar” de Embu. “O pessoal [do Ney] fala que a prefeitura tem uma dívida. Não tem dívida de imediato, tanto que outro dia o secretário de Finanças foi na Câmara e falou em R$ 70 milhões, não R$ 250 milhões. É uma mentira maior do que imaginei. Sabia que tinha dívida, mas é compromisso a médio e longo prazo, vai demorar, isso é coisa normal. E a cidade na situação que está”, disse.

Geraldo disse que o governo distorce a dívida para iludir. “O interesse é continuar mentindo para a população, achando que o povo vai se contentar a vida inteira com festa e pão. Não vai. Tem uma parcela significativa que não sabe o orçamento, mas qualquer cidadão pode entrar no site da prefeitura e ver que a arrecadação não caiu, a arrecadação nossa de ICMS é uma das melhores na região”, disse, em ironia ao estilo do prefeito de realizar ou promover festas.

Geraldo rebateu declaração de Ney de que quando o petista atrapalha o governo prejudica a população. “Isso é inércia. Ser oposição a ele não significa que eu não quero que as coisas boas aconteçam na nossa cidade. Não sou do partido dele, sou contra a política que ele faz. Agora, se ele fizer coisas boas para a população, vou aplaudir. Até agora não vi nenhuma. Se está faltando remédio, médicos, as ruas têm buraco, o que foi bom para eu aplaudir? Não tem”, disse.

Ele lembrou que foi prefeito por dois mandatos. “Modéstia à parte, eu conheço de administração. Janeiro é o mês que entra mais recurso na prefeitura. Esse pessoal não sabe o que fala. Não tem plano de governo, planejamento, não tem uma obra que esteja fazendo para a cidade. Com o dinheiro do Fundo Nacional de Educação que comprou o uniforme do jeito que é, um monte de crianças tem vergonha de vestir porque saiu grande demais e sem qualidade”, disparou.

“Quem criou o kit escolar em Embu fui eu. Aí ele fica dizendo que eu não posso falar. Eu posso, eu criei, quando Embu tinha dificuldade financeira. Eu passei oito anos lá dentro, 14 anos de vereador e estou no sétimo ano como deputado. Tenho mais do que obrigação entender de administração pública. Não sou dono da verdade, mas com o recurso que tem Embu hoje daria para fazer muito mais do que está fazendo. Mas precisa ter princípio ético, transparência”, disse.

Geraldo disse ainda que criou a Guarda Municipal e tirou Embu “de todas as estatísticas sociais e de violência piores do mundo”. “Com a contribuição de alguns que estão aí no governo hoje, chegamos a 36 homicídios por mês”, ironizou, em referência a Ney quando foi preso por crimes – em 2016, Embu registrou 18 assassinatos por ano. Disse que ainda não decidiu se tentará novo mandato de deputado, mas ficou indignado com Ney dizer que vai “perder o rumo” se disputar.

“O que é perder o rumo, ele está me ameaçando? Ele manda nos eleitores agora para dizer que vou levar uma lavada, é bandido que vai ameaçar os outros agora? Vai matar, é? Porque ninguém morre quando perde uma eleição. Não estou amedrontado. Estou vendo que ele está me ameaçando, é isso que está fazendo. Para qualquer um com discernimento político, essa fala é de gente ligada ao crime. Se acontecer alguma coisa comigo, ele é o primeiro suspeito”, reagiu.

“Quem com quase 30 anos de vida pública tem currículo como o meu? Vai ver meus projetos na Assembleia, são com conteúdo político. Eu não vou responder a essas bobagens”, falou Geraldo. Ele disse fazer o papel dele como deputado ao cobrar “com firmeza”, por exemplo, a volta da Força Tática da PM para os batalhões na região, aprovar cinco leis (desde 2011), entre elas a do primeiro emprego ao jovem e da gratuidade do transporte para pessoas de 60 anos.

Geraldo disse que hoje tem o projeto “Nota Fiscal da Saúde”. “Para acabar com a cachorrada de faltar remédio e seringa nos postos.” Falou que “não tem nenhum que mandou emendas para Embu tanto quanto eu”. “Só lembro a última, de R$ 1 milhão e 200 mil, que o Chico [Brito] tirou para fazer a favela do Santarém”, disse. Ele afirmou que “não é porque sou oposição e sei que a administração dele [Ney] é um desastre que não vou me esforçar” para trazer emendas agora.

“Minha disputa é política, com projetos para Embu. Se for discutir violência, Ney tem que procurar outra turma, não é comigo”, disse Geraldo, ao lamentar que Embu tenha um prefeito nas páginas policiais. “Vejo com preocupação e tristeza. Agora, 38% dos eleitores votaram nele, a população sabia desse perfil. Paciência, vamos ter que conviver com ele. Vamos torcer para que não destrua mais a cidade, mas o povo está esquecendo, já estamos no meio do ano”, disse.

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