Sem acordo com governo Fernando na Justiça, educadores decidem manter greve

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Servidores da educação de Taboão da Serra decidiram em nova assembleia na manhã desta sexta-feira manter a greve após fracassar a tentativa de acordo com a prefeitura, em audiência de conciliação que aconteceu no Tribunal de Justiça de São Paulo, no centro da capital, na tarde de ontem – a paralisação faz um mês neste dia 2. Os funcionários exigem do governo Fernando Fernandes (PSDB), entre outras reivindicações, dissídio salarial e vale-transporte.

Servidores da educação de Taboão da Serra votam pela continuidade da greve após falta de acordo
Servidores da educação de Taboão da Serra votam pela continuidade da greve após falta de acordo na Justiça

“Vamos nos manter em greve até que o prefeito resolva ouvir as reivindicações dos trabalhadores. Dizer pela imprensa que não reconhece a greve e que não tem dinheiro é uma coisa, mas ele casou com a ‘viúva’, ele é o nosso patrão. Ele tem que dizer para nós. O jornalista serve para informar a população, mas o trabalhador, é ele quem tem que informar”, disse o presidente do Siproem (sindicato representante da categoria), Ademir Segura, ao “Taboão em Foco”.

Na audiência de conciliação, presidida pelo vice-presidente do TJ-SP, desembargador Ademir de Carvalho, o secretário de Gestão de Pessoas, Gilmar Leone, teria repetido o discurso do prefeito de que o município não tem recurso para arcar com nenhum tipo de reajuste a curto prazo, de acordo com o “TF”. “Proposta a conciliação, esta restou infrutífera”, diz ata. “Não houve conciliação porque a Prefeitura não tinha uma proposta a fazer aos trabalhadores”, disse Segura.

De acordo com o Siproem, os representantes da prefeitura negaram que os servidores não têm transporte e citaram o “poeirinha” e que os dados do “Portal Transparência” que mostram aumento de arrecadação são “fictícios”, para justificar não conceder o reajuste. “Apresentamos em favor de nossas reivindicações os salários abaixo do mínimo, o aumento de salários dos secretários de governo, o contrato milionário com o Planeta Educação”, relatou o sindicato.

O desembargador perguntou se os integrantes do governo não poderiam dar um prazo para levar uma proposta. O advogado só cogitou não descontar os dias parados. Ainda segundo o sindicato, o juiz ficou sensibilizado com a situação dos servidores e repetiu: “Não é possível outra data para negociação, mesmo em Taboão, vamos lá, para chegar a um acordo?” Os membros da prefeitura reafirmaram que “nada pode ser decidido sem consultar o prefeito”.

Sem acordo na audiência de negociação, o dissídio coletivo da categoria deve ir a julgamento, em breve. A data deve ser definida apenas no início da semana. “Tendo em vista a impossibilidade de conciliação, encaminhem-se os autos para sorteio do relator do Órgão Especial do Egrégio Tribunal de Justiça”, conclui a ata do TJ sobre procedimento de escolha do ministro que ficará encarregado de emitir parecer pela concessão ou não do reajuste aos servidores da educação.

Os servidores tentam desde o início da paralisação negociar com o prefeito. Fernando só aceita conversar, porém, se a categoria voltar ao trabalho, imposição que foi rechaçada pelos grevistas. Além do julgamento no TJ, os trabalhadores da educação aguardam o estudo que a Câmara dos Vereadores solicitou ao governo municipal, via requerimento aprovado, com informações detalhadas sobre da possibilidade de concessão de aumento salarial e vale-transporte.

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