Polícia ainda caça Ney e mais 6 foragidos; MP pede para denunciar paradeiro

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O presidente da Câmara e prefeito eleito de Embu das Artes, Ney Santos (PRB), e outras seis pessoas ligadas ao político continuam sendo procurados pela polícia, quatro dias após megaoperação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo. Na sexta-feira (9), promotores fizeram buscas na residência de Ney e da mãe, mas não o acharam. Alvo de mandado de prisão, ele é considerado foragido.

Página do Ministério Público sobre Ney foragido; prefeito eleito e demais denunciados que seguem procurados

No apoio aos promotores de Justiça, policiais militares da Corregedoria da PM cercaram a casa da mãe de Ney, na periferia de Embu, conforme o VERBO noticiou do local com exclusividade. Cães farejadores treinados para encontrar drogas e armas vasculharam todo o imóvel, inclusive a área da piscina, churrasqueira e o campo de futebol, que destoa das moradias muito simples da região. De acordo com o MP, Ney enriqueceu ilicitamente pela ligação com o crime.

A investigação que originou a operação Xibalba (submundo governado por “senhores malignos” na mitologia maia) identificou uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, liderada por Ney. A força-tarefa apreendeu dezenas de veículos, dinheiro, documentos e computadores, em cumprimento a 49 ordens de busca. Na Câmara, policiais arrombaram a ponta-pés o gabinete de Ney e o setor de computadores do Legislativo.

Entre as 14 pessoas alvos de mandados de prisão também expedidos pela 1ª Vara Judicial de Embu – nos autos da ação penal nº 0008568-06.2016.8.26.0176 -, sete foram presas, uma irmã, uma prima, um cunhado e assessores/funcionários de Ney, entre eles o contador Roberto Yoshitaki. Outros sete denunciados seguem foragidos: além de Ney, Elaine Santos (mulher de Ney), Ricardo Luciano, Kelvin Felipe, Marcelo do Nascimento, Genival Oliveira e Piter Aparecido.

Ney responde por liderança da organização criminosa, cuja pena vai de 2 a 8 anos, e a prática, em 130 ocasiões, de lavagem de dinheiro, crime cuja pena prevista em lei para cada fato é de 3 a 10 anos. Os demais denunciados respondem pelos mesmos crimes. O MP pede que a população ajude a encontrar Ney e os outros foragidos – orienta que qualquer informação sobre o paradeiro deles poderá ser comunicada ao Disque Denúncia, através do número 181.

Ney divulgou uma nota no sábado em que afirma que as denúncias são as mesmas de seis anos atrás e nada ficou comprovado, e que é vítima de perseguição política. Um dos advogados de Ney, Joel Pereira, disse que ele não vai se apresentar, mas que não fugiu. “Ele está viajando desde segunda-feira, todo mundo que é da cidade [Embu] sabe que desde segunda-feira ele está viajando”, disse. Mas Ney fez reuniões na terça e presidiu sessão da Câmara na quarta.

Eleito prefeito com quase 80% dos votos válidos – com a candidatura de Geraldo Cruz (PT) impugnada -, Ney pode não tomar posse, em 1º de janeiro. A operação ocorreu a dez dias da diplomação (oficialização de eleito), que será segunda-feira (19), quando passaria a ter foro privilegiado e não poderia ser denunciado pela Justiça em Embu. Em 2010 Ney já havia sido denunciado por elo com o crime organizado, mas à época a Justiça não acatou pedido de prisão contra ele.

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