Traído por Ney, Chico Brito agora ataca vereador aliado e também Geraldo

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Chico Brito (sem partido) divulgou nesta quinta-feira (11) novo vídeo em que chama de “mentirosos” tanto o deputado estadual Geraldo Cruz (PT) como o vereador Ney Santos (PRB), candidatos à sua sucessão, por criticarem o seu governo. Chico reage agora, porém, só depois de ser traído por Ney, por quem passou a ser atacado. Ele já tinha relação antiga de animosidade com Geraldo, mas nunca tinha ido para o confronto com o petista em público.

Em vídeo publicado no Facebook, Chico ataque Geraldo Cruz e Ney Santos
Em vídeo, Chico Brito diz que Geraldo e Ney fazem parte do governo e alerta eleitor contra os ‘dois mentirosos’

“Estou aqui para esclarecer a você algumas coisas da política de Embu das Artes. Eu fui eleito em 2008 e reeleito em 2012 por coligação de partidos muito grande, e para esta eleição decidi ficar na neutralidade, pois tanto secretários do meu governo apoiam Geraldo Cruz como outros secretários dentro do meu governo apoiam Ney Santos”, diz Chico diante de folhas na parede com fotos de Geraldo e Ney e nomes de secretarias que apoiam um e outro candidato.

“O Geraldo Cruz tem o apoio de dez secretários do meu governo atual. O Ney Santos tem o apoio de oito secretários do meu governo atual. Eu quero dizer uma coisa para você eleitor: se um dos dois aparecer na sua casa falando que não tem nada a ver com o meu governo, não é verdade, porque tanto o Geraldo como Ney Santos têm apoio de secretários do meu atual governo”, diz Chico, sem dizer quais são os secretários. Em texto, cita as pastas, mas também omite os nomes.

“Eu estou cumprindo a minha palavra, não mandei ninguém do Geraldo embora e não mandei ninguém do Ney Santos embora, porque tenho gratidão e tenho palavra. Agora, os dois ao falarem de mim por aí, querendo dizer que não têm nada a ver com o meu governo, estão mentindo para você. E se eles mentem agora, durante a eleição, você imagina o que pode esperar depois que um dos dois for eleito. Essa é a mais pura verdade. Um grande abraço”, finaliza Chico.

Desde a conflituosa eleição do PT em 2013, Chico confrontou ou rebateu Geraldo. Orientou secretários e aliados a boicotarem prestação de contas do deputado, escorraçou “geraldistas” do governo, lançou candidato a deputado do partido para anular o ex-aliado e disse que Geraldo não seria o nome a prefeito que apoiaria. Ainda assim, dizia manter diálogo com Geraldo e nunca o tinha desqualificado abertamente, apesar de receber algumas críticas do antecessor.

Chico resolveu partir para o contra-ataque só após amargar traição de Ney, com quem fez acordo de “entregar” a presidência da Câmara em troca de combater Geraldo e ter espaço para futuro projeto político pessoal. Antes crítico ferrenho apenas do PT, Ney passou a atacar Chico. Apesar de não em público, orientou aliados e apoiadores a falarem que Chico foi levado à prefeitura por Geraldo e apoia o antecessor, e que os dois “são a mesma pessoa”.

Sem querer romper com o prefeito, para continuar a usufruir das benesses de ser base do governo, Ney passou ao ataque, em reservado, por não querer mais ter a imagem associada à de Chico pelo governo ter alta reprovação, tática a que se apegou após fracassar na estratégia de martelar nas ruas que Geraldo é do PT e perder espaço. Chico não gostou de ser “sacrificado”. Conforme apurou o VERBO, ele disse na terça que deixaria de apoiar Ney após se queixar do “fogo amigo”.

Em outra evidência de que reagiu só após não suportar ver ser massacrado pelo “aliado de conveniência” Ney, Chico diz que Geraldo é apoiado no governo, mas Geraldo sempre foi hostilizado, secretários petistas endossaram “golpe” de Chico contra “companheiros” pró-Geraldo e só se reaproximaram do petista por falta de “alternativa” ou por serem hostilizados por Ney. Petista histórico, Paulo Giannini chegou a dizer que Geraldo ao romper com o governo era “dissidência” do PT.

POSTAGEM DE CHICO QUE ACOMPANHOU VÍDEO, COM LISTA DE “SECRETARIAS” QUE APOIAM GERALDO E NEY

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