Ativistas dão ‘trégua’ em protesto para reunião com prefeitura nesta 2ª

Especial para o VERBO ONLINE

Ativistas na entrada do Parque das Hortênsias, fechado; grupo reivindicará transferências e proteção de recintos

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Ativistas que há cerca de um mês estão em barracas em terreno ao lado do Parque das Hortênsias, na região central de Taboão da Serra, cancelaram a manifestação neste domingo, dia 23, pela retirada de animais do zoológico municipal, em troca de uma reunião com a prefeitura nesta segunda-feira, às 19h. Um vereador da base do governo Fernando Fernandes (PSDB) articulou o encontro com a condição de que o grupo, além de suspender o ato, encerre o acampamento.

Ativistas e governo sentaram pela última vez em 21 de janeiro, e o confronto só cresceu após assinatura de termo com o Ministério Público para reforma do zoo, em 7 de fevereiro. “É a primeira sinalização da prefeitura de que quer dialogar, e aceitamos dar uma trégua para tentar conversar, não somos radicais”, disse a líder Antilia Reis. No início do mês, a atriz e ativista Nicole Puzzi tentou intermediação, mas a reunião não vingou após o prefeito vetar a presença de Antilia.

Ativistas no portão do Parque das Hortênsias, fechado; grupo exigirá transferências e proteção de recintos

Os ativistas irão reivindicar não só a transferência da leoa Helga, já prevista para os próximos dias, mas de mais de 30 outros animais doentes ou debilitados, segundo o grupo – dez saguis, quatro macacos-prego, um jacaré, dois gaviões, cinco corujas, três araras, entre outros. Também exigirão que os bichos que permanecerem tenham os recintos revestidos com tapumes de madeira grossos e isopor para isolamento acústico contra o barulho das obras de reforma do parque.

“Não temos garantia de nada, mas se não for da forma amistosa será via judicial”, disse Antilia. Apesar de cancelarem o protesto – 16 horas antes, por exigência do vereador em contato no sábado à noite –, os ativistas se reuniram diante do parque para informar as pessoas não avisadas. Compareceram 30 apoiadores, entre eles o historiador Marco Antonio Villa. “Estou aqui em solidariedade aos manifestantes. A condição dos animais é extremamente precária”, disse ao VERBO.

Com aparato de até cinco viaturas da Guarda Municipal do lado de dentro e Força Tática da PM, o parque foi fechado com a presença dos ativistas. Famílias foram barradas no portão e ficaram chocadas. As que entraram antes deixaram o zoo espantadas. “Vimos vários ratos, aqueles enormes de esgoto, comendo a ração das araras”, disse o operador de máquinas Elias Trude, 34, de Itapecerica da Serra. “Está em decadência”, resumiu o vigilante Jairo Alves, 32, de Embu das Artes.

LEOA
A Helga deixará o zoo após se habituar a ficar no recinto em uma “caixa de transferência”, na qual será transferida sem precisar ser anestesiada, disse na sexta-feira o secretário Laércio Lopes (Cultura). Ele disse que a leoa, para não ficar traumatizada, terá o mesmo tratador na nova casa. Na Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP), a felina terá espaço três vezes maior (300 m2), mas continuará sozinha e não será mais exposta a visitação. Ela não voltará após a reforma do zoo.

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