Taboão tem só uma câmera na cidade inteira e uma ronda escolar no centro

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO Online, em Taboão da Serra

O Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Monte Alegre – Taboão da Serra realizou reunião na quinta-feira, dia 26, na Escola Estadual Prof. Alípio de Oliveira e Silva, no Jardim Santa Rosa, com a presença do novo comandante da 4ª Cia. da Polícia Militar, capitão Antonio Carlos de Moraes, do delegado-titular do Distrito Policial de Taboão, Gilson Leite, do comandante da Guarda Municipal, Leonel Vieira, do vice-prefeito Laércio Lopes, e dos vereadores Cido e Ronaldo Onishi.

Enquanto as autoridades eram questionadas sobre velhos problemas de segurança, Taboão tinha apenas uma câmera de videomonitoramento em funcionamento no município inteiro e só uma viatura da PM de ronda escolar em operação no centro e bairros como Jardim Pazzini, Intercap, Jardim Helena naquele dia. Desde o ano passado, o sistema de vigilância eletrônica está inoperante, e a população cobra da PM com insistência mais policiamento nas ruas da cidade.

Uma participante da reunião disse ao VERBO que PMs relataram que naquela noite apenas uma viatura estava à disposição das mais de dez escolas estaduais da área. “Se o carro da polícia está do outro lado da BR [rodovia Régis Bittencourt], e uma escola daqui tem um caso de violência, até chegar ao local uma pessoa já morreu”, disse, sobre a flagrante deficiência no policiamento. Uma mulher contou que só na semana duas moradoras foram assaltadas no bairro.

Autoridades durante reunião mensal do Conseg Monte Alegre em setembro
Autoridades em reunião mensal do Conseg Mte. Alegre em escola estadual na região central de Taboão

Indagado sobre o efetivo da 4ª Cia, o comandante se recusou a informar sob alegação de “dado estratégico” e se limitou a dizer que “temos o suficiente”. “Quando necessário, fazemos gestão junto ao comando para completar o quadro de pessoal e material para atender melhor a comunidade”, disse Moraes, 45. Ele falou sobre operação “específica” da PM para coibir a “saidinha de banco”, em que “o PM desembarca da viatura e faz policiamento de presença em dias de pagamento”.

O assalto à saída de agências predominou na reunião. Uma gerente de banco sugeriu a criação de lei contra o uso de celular para evitar a comunicação de criminosos com comparsas do lado de fora para avisar sobre saques realizados. O vereador Cido (DEM) garantiu que a Câmara aprovará se ainda não existir a proibição. Onishi (PSB) comentou que “a PM sofre com a falta de recurso, viaturas, equipe – a realidade é essa, talvez o capitão não possa falar por causa de normas internas – ”, e disse que o combate ao tipo de crime seria reforçado com a reativação do monitoramento por câmeras.

Questionado pela reportagem, o comandante da GCM admitiu que só a câmera na praça Nicola Vivilechio funciona. Nem o “solitário” equipamento flagrou, porém, o furto à Biblioteca Municipal Castro Alves, também no largo de Taboão, 15 dias atrás. “Não pega a biblioteca, está direcionado para marquise [da praça]”, disse Leonel. Em reunião do Conseg em maio, o secretário municipal de Segurança, Gerson Brito, foi enfático em relatar que o sistema de videomonitoramento herdado foi desmantelado. Mas segue sem funcionar no governo Fernando Fernandes (PSDB), passados nove meses.

“Tem que sair do papel, sempre é falado do problema, mas está na hora de pôr em prática”, reclamou a presidente do Conseg, Cida Borghi. A falta de resolução para crimes recorrentes pode ser a razão da baixa participação da população nas reuniões. Cerca de dez moradores estavam presentes. A próxima ainda não tinha local definido. Em resposta, Leonel disse que “dentro de 30 ou 40 dias” será inaugurada nova central de vigilância eletrônica, em prédio “próprio” da prefeitura em frente à Escola Estadual Domingos Mignoni, próximo à delegacia, com 18 câmeras no centro e algumas entradas da cidade.

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